Morte de Miguel Uribe movimenta política colombiana e repercute no Brasil

Miguel Uribe Turbay, senador colombiano e pré-candidato à Presidência da Colômbia pelo Centro Democrático, faleceu nesta segunda-feira, 11 de agosto de 2025, aos 39 anos, após complicações decorrentes de um atentado sofrido em junho.

O ataque ocorreu no dia 7 de junho durante um evento político em Bogotá, quando Uribe foi baleado por três disparos — dois na cabeça e um no joelho — deixando-o em estado crítico. Desde então, ele permaneceu internado, apresentando inicialmente sinais de recuperação, mas nas últimas semanas seu quadro de saúde piorou, culminando em sua morte por hemorragia no sistema nervoso central, conforme comunicado do hospital responsável pelo tratamento.

Miguel Uribe era um dos principais nomes da oposição de direita ao atual governo do presidente Gustavo Petro e era apontado como favorito na corrida presidencial da Colômbia. Neto de um ex-presidente colombiano e filho de uma jornalista que foi sequestrada e assassinada pelo Cartel de Medellín, Uribe tinha forte tradição política e era crítico ferrenho das reformas propostas pelo Executivo, em especial a reforma trabalhista que tramita no legislativo colombiano.

A morte dele reacende o fantasma da violência política que dominou a Colômbia nos anos 1990, em meio a uma onda de atentados recentes que têm causado preocupação nacional e internacional. Até o momento, seis pessoas foram presas sob suspeita de envolvimento no atentado contra ele, e investigações continuam em curso para esclarecer motivações e responsáveis.

No cenário internacional, a notícia da morte do político repercutiu também no Brasil, onde diversos parlamentares manifestaram solidariedade e lamentaram o ocorrido nas redes sociais. O deputado federal Alexandre Ramagem relacionou o caso ao atentado contra políticos de direita no Brasil e nos Estados Unidos, destacando a recorrência do alvo em figuras dessas vertentes políticas.

O episódio acende a discussão sobre segurança política na região e o clima de polarização e violência que vem marcando processos eleitorais recentes na América Latina. Além disso, o atentado surge no contexto de tensas disputas políticas em torno das reformas propostas pelo governo Petro, que têm enfrentado resistência e gerado mobilizações populares e judiciais.